Projetos de Pesquisa

2008-2010

Territórios da juventude: experiências em cartografia da ação (São Gonçalo, RJ)

O projeto propõe a realização de estudos da apropriação do espaço urbano por jovens que residem, estudam e/ou trabalham no município de São Gonçalo (RJ). Na concepção destes estudos, orientados pelo diálogo entre sociologia, geografia e educação, recorre-se a diferentes métodos e técnicas de pesquisa, entre os quais se destacam as metodologias da cartografia da ação e pesquisa-ação e, ainda, a técnica dos grupos focais. Em articulação com estas opções de método, serão utilizados geoprocessamento de estatísticas referidas a condições de vida, estrutura urbana e transporte público; mapas mentais; entrevistas abertas e questionários. Prevê-se a formação de grupos focais com estudantes de uma escola pública, estudantes universitários, e jovens que trabalham na coleta de lixo, no comércio ambulante e na pesca. O Projeto tem como principais objetivos: formar jovens pesquisadores, consolidar linhas de pesquisa em geografia da existência; contribuir na formulação de políticas públicas que ampliem a apropriação do espaço urbano por jovens de municípios periféricos; alargar o conhecimento sobre representações sociais do espaço urbano; valorizar os sujeitos sociais no estudo do território, e estabelecer uma plataforma a ser amplamente difundida, de reivindicações urbanas da juventude. A realização da pesquisa, cuja orientação metodológica valoriza o protagonismo dos jovens envolvidos no projeto, permitirá a consolidação de acervo documental, com acesso livre, sobre modos de vida do leste metropolitano. Este acervo apoiará atividades de ensino, pesquisa e extensão das instituições envolvidas, assim como, a atuação de órgãos da administração pública, organizações não governamentais e movimentos sociais dirigidos à redução das desigualdades sociais e da segregação espacial.

A centralidade popular: cultura e apropriação do espaço no centro histórico do Rio de Janeiro

O projeto tem por principal objetivo a articulação da experiência do Laboratório da Conjuntura Social: tecnologia e território (LASTRO) do IPPUR/UFRJ na pesquisa da ação social, à análise de processos sócio-espaciais e à formulação de intervenções urbanas que permitam o enfrentamento da exclusão cultural e da violência simbólica sofridas pelas classes populares no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. Com este objetivo e mediante o tratamento de um conjunto coeso de hipóteses, o projeto propõe, em seu pólo morfológico, a pesquisa sistemática de fenômenos espaciais, econômicos, sociais, político-jurídicos e culturais com impactos nesta área da cidade. Já em seu pólo técnica, o projeto propõe o desenvolvimento de uma cartografia ativa e propositiva do centro histórico, apoiada nos resultados obtidos com o tratamento de seu pólo morfológico e pela aplicação de técnicas qualitativas e quantitativas de pesquisa (questionários, entrevistas, grupos focais, mapas mentais e elementos da pesquisa-ação) junto a instituições e agentes da área cultural; entidades representativas da classe trabalhadora; segmentos de trabalhadores do circuito inferior a economia urbana; moradores e errantes. Prevê-se a divulgação dos resultados obtidos pela execução do projeto através de publicações, organização de eventos, meios virtuais, imprensa e cursos de extensão. Acrescenta-se que a natureza mediadora e propositiva do Projeto permitirá um permanente diálogo com os grupos e segmentos sociais envolvidos em sua dinâmica e a mobilização de pesquisadores de diferentes áreas no efetivo alcance de suas metas. Entre estas metas destacam-se a criação de uma agenda programática referida à cultura por moradores e trabalhadores do centro histórico e a sistematização de possíveis nexos entre ações culturais apoiadas pelos três níveis de governo, e os fluxos e vazios urbanos que singularizam esta área da cidade.

2007 – 2009

Vínculo Social: cartografia da ação em contextos metropolitanos

O projeto valoriza vínculos sociais construídos a partir da dimensão do real que Milton Santos (1999) denominou de território usado. Esta dimensão constitui uma particular manifestação da agência humana, inscrita no cotidiano e no lugar. Diferentemente das leituras clássicas do território orientadas pela geopolítica, hoje atualizadas pela logística, o território usado exige a inclusão de todos. Esta mudança epistemológica, dirigida à reflexão do espaço banal (Santos, 1996), aproxima a problemática do espaço do estudo da ação que mobiliza recursos, pouco conhecidos e visíveis, preservados no tecido social. A opção analítica pelo território usado surgiu como um desdobramento necessário da pesquisa desenvolvida pelo LASTRO-IPPUR/UFRJ, que tem recebido o apoio do CNPq, sobre conflitos, protestos e reivindicações em contextos metropolitanos. A reflexão sistemática da ação social, desenvolvida através da conjugação da informação da imprensa a técnicas qualitativas de pesquisa, tem possibilitado o reconhecimento de novos processos de organização que transformam sentidos e, logo, a direção de lutas pela apropriação do espaço urbano. O projeto reflete a compreensão de que, frente à crise social e ao esgotamento do paradigma que orientou tantos projetos de modernização da sociedade brasileira, torna-se indispensável valorizar o tempo-espaço da ação das classes populares. Compreendemos que esta valorização é necessária ao delineamento de caminhos para o diálogo interclassista. Sem este diálogo, não é difícil prever o contínuo aumento da violência no cotidiano urbano. Por esta razão, enfatizamos que a análise dos movimentos sociais – das formas de organização social que correspondem a nítidas mudanças em orientações políticas – precisa ser articulada à dinâmica de práticas sociais marcadas pela fugacidade e pela transitoriedade e, ainda, submetidas a múltiplos mecanismos de manipulação, controle e repressão.

2003 – 2006

Cartografia da ação e análise de conjuntura: reivindicações e protestos em contextos metropolitanos

O projeto “Cartografia da Ação e Análise de Conjuntura: reivindicações e protestos em contextos metropolitanos” possui a fisionomia de um projeto-rede, na medida em que a sua proposta analítica central tem frutificado em diferentes frentes de atividades didáticas e de pesquisa, relacionadas à análise crítica da modernização de contextos urbano-metropolitanos. Neste projeto, busca-se a vitalidade do tecido urbano e o estudo, empiricamente consistente, de estratégias e táticas sociais. A redução escalar, indicada pelo uso do conceito de micro-conjuntura, corresponde à valorização analítica da ação das classes populares e da temporalidade da disputa de oportunidades, permitindo a realização de análises de processos ainda inconclusos. Estas análises, exercitadas no âmbito do LASTRO, orientam a descoberta de soluções metodológicas para a pesquisa de interseções entre o fugaz e o permanente, a ação espontânea e a ação organizada, os fenômenos de multidão e a fragmentação sócio-territorial, a espacialidade e a configuração de identidades sociais. São exemplos de conceitos desenvolvidos e/ou acionados pela pesquisa: conjuntura urbana, impulso global, involução intra-metropolitana, arena oculta, superficialização das relações sociais, imagem-síntese, promoção cultural, mutação social, adesão e desadesão sociais (a projetos políticos), arenas transitórias. Os trabalhos realizados no LASTRO significam a aceitação da incerteza e a centralidade da experiência, do vivido, no desenvolvimento da análise transdisciplinar das relações sociedade-espaço. Além dos bancos de dados que orientam a análise de conjuntura, a pesquisa tem sido realizada através de entrevistas com lideranças populares, documentação completar de movimentos espontâneos e organizados, experimentos em cartografia, difusão de análises de conjuntura (impressas e por meio eletrônico).

1998-2003

Micro Conjuntura: informação e oportunidade nas metrópoles brasileiras

O projeto Micro-conjuntura: informação e oportunidade nas metrópoles brasileiras possui a fisionomia de um projeto-rede, na medida em que a sua proposta analítica central tem frutificado em diferentes frentes de atividades didáticas e de pesquisa, relacionadas à análise crítica da modernização de contextos urbano-metropolitanos. No âmbito deste projeto, tem sido reconhecidas a vitalidade do tecido urbano e a relevância das estratégias e táticas sociais na apropriação dos recursos condensados nos espaços metropolitanos do país. A redução escalar, indicada pelo uso do conceito de micro-conjuntura, expressa a valorização analítica da ação das classes populares e a temporalidade da disputa de oportunidades, permitindo a realização de análises de processos ainda inconclusos. Estas análises, permanentemente exercitadas no âmbito do Laboratório da Conjuntura Social: tecnologia e território – LASTRO, orientam a descoberta de soluções técnico-metodológicas para a pesquisa preocupada com as interseções entre o circunstancial e o permanente, a ação espontânea e a ação organizada, os fenômenos de multidão e a fragmentação sócio-territorial, a espacialidade e a configuração de identidades sociais. São exemplos de conceitos desenvolvidos e/ou acionados pela pesquisa: conjuntura urbana, nicho de oportunidades sociais, impulso global, involução intra-metropolitana, arena oculta, superficialização das relações sociais, imagem-síntese, promoção cultural, mutação social, adesão e desadesão sociais (a projetos políticos). Os trabalhos realizados no LASTRO significam a aceitação da incerteza e a centralidade da experiência, do vivido, no desenvolvimento da análise transdisciplinar das relações sociedade-espaço. Além dos bancos de dados que orientam a análise de conjuntura, a pesquisa tem sido realizada através de entrevistas com lideranças, documentação completar de movimentos espontâneos e organizados, associação da ação a características sócio-econômicas do seu lugar de origem